Nosso encontro com Laura Gutman foi EXTRAORDINÁRIO!
Lígia e eu passamos 2 meses intensos, conversando pela internet, sem nos conhecer, fluindo numa parceria maravilhosa que culminou nessa lida sala, cheia de gente bacana e disposta a olhar para sua biografia humana e crescer! Nossa família participou ativamente, desde o apoio fundamental para que trabalhássemos tanto, até colocar a mão na massa, como produzir os certificados e credenciais (Frank, marido da Ligia) até o serviço de logística (Alberto, meu marido).
Equipe maravilhosa! Obrigada!!!! |
Agradecemos a parceria da Casa Moara, que nos cedeu aquele lindo material de apoio. A Mamatraca, que está produzindo videos do evento e o pessoal que nos ajudou na pré evento, com divulgação: MMqD e WebFilhos.
Abaixo alguns trechos preciosos transcritos pela queridíssima Simone de Carvalho, que para nós foi uma grata presença! Graças a ela teremos essa cópia fiel do que foi dito por Laura, para quem quiser aproveitar!
Atentem, que aqui coloco TRECHOS que fazem parte de um contexto, porém, mesmo como trechos, podem fazer sentido:
Lindas! Simone de Carvalho e Laura Gutman |
..."Desde pequenos, então, congelamos nossas emoções para que não sintamos nada, e consequentemente, na maternidade não sentimos nada também. Quando dizem: deixe-o chorar! Na verdade, este pensamento não está condizendo com a realidade da mãe. Ao passo que é muito difícil ir contra ao que os outros dizem, e estar de acordo com o que realmente ela está sentindo.
...O processo de fusão emocional, citado no livro “Maternidade: encontro com a própria sombra” é definido pela autora como: “(...) No entanto, se elevarmos nossos pensamentos, conseguiremos imaginar que esse corpo recém-nascido não é apenas matéria, mas também u corpo sutil, emocional, espiritual.(...)De fato, o bebê e sua mãe continuam no mundo emocional.(...) Pelo fato de ainda não ter começado a desenvolver o intelecto, conserva suas capacidades intuitivas, telepáticas, sutis, que estão absolutamente conectadas com a sua mãe. Portanto, este bebê se constitui de um sistema de representação da alma materna”. (Pág. 17). O bebê precisa de nove meses para chegar ao seio de sua mãe. E, se o bebê não tem uma mãe sentindo o mesmo que ele sente, seu ambiente externo será muito hostil.
...O Discurso Materno é entendido como: o bebê chora e a mãe interpreta o choro do seu bebê do lado “de fora”. Não pensa no que realmente ele necessita. Pensa que ele é exigente. Não pensa que o seu único desejo é estar apegado ao corpo dela. A consciência de um bebê se organiza através das palavras que nomeamos. Bebês não recordam de emoções que não foram nomeadas. Os bebês sempre recordam do sacrifício de suas mães, porque na verdade, ninguém nomeia o ponto de vista da criança. Todos sabem o que a nossa mãe falou de nós. Todos têm um personagem. Mas, o que mais precisamos no amor materno é tentar ser da melhor forma como a minha mãe me vê. Passo a acreditar no que ela me diz e alimento a minha sombra. O que realmente sou que ela me diz que sou, a minha real capacidade, minhas virtudes... Sendo positivas ou negativas. A verdade é que uma criança acredita piamente em tudo aqui que sua mãe fala dela. O que eu esperava era ser interpretado através da “lente” da minha mãe. Mas ela também foi interpretada da mesma forma e assim sucessivamente. Se uma criança cresceu ouvindo que era terrível, indisciplinado, impossível, ele se dedica a ser melhor naquilo que sua mãe diz que ele é. Porque isso significa a sua verdade, o seu ser em essência, que foi nomeado pela sua mãe."
"Quando estamos finalmente diante da nossa maternidade, passamos a buscar acriança interior que mora dentro de nós. É a verdadeira distância entre o seu eu essencial que somos e o personagem que vestimos durante toda vida. O abismo entre ambos é imenso. Neste momento, no encontramos com uma pessoa totalmente desconhecida para nós. E passamos a entrar uma jornada em busca do nosso ser essencial. Este, portanto, pode ser um momento de reviver as nossas necessidades genuínas da nossa infância, de quando éramos bebê, nos desprendendo aos poucos de pensar e se comportar de acordo com o que nossos pais nos interpretaram. Quando éramos bebê, sofremos a violência invisível de não sermos interpretados como deveríamos ter sido. A violência por ser nomeada neste sentido como: palavras que não nomearam os nossos reais desejos e necessidades; adultos que acreditassem genuinamente nele; tempo e disponibilidade. Isso é violência. O bebê passa a sentir raiva, medo, dor. E passa a usar certos mecanismos para sobreviver. Muitos destes mecanismos passam a representar aquilo que ele viveu: são mecanismos baseados na violência que sofreu. Os pais deste bebê de alguma forma, também foram vítimas destas violências, ambos são também sobreviventes, e ambos sabem como ganhar um do outro. Passa a ser um ciclo vicioso. Na verdade, a pessoa que não atende a necessidade do outro, está de fato exercendo violência."
A maternidade é uma crise que nos esmigalha por completo. Para Laura, não é a maternidade que a interessa, mas o processo de quebra da mãe que é quando ela pede ajuda, quando o seu personagem não sustenta mais a sua vida e neste momento, ela está pronta para ir de encontro ao seu ser essencial. É um momento evidente de crise. E este personagem passa a não ser suficiente para suprir a demanda do bebê. Receber conselhos neste momento é realmente muito difícil. O que a mãe realmente necessita é entender a si mesma: compreender o seu nível de desamparo (o desamparo infantil). O bebê não precisa da mãe como ela é, porque ele tem suaspróprias necessidades ao passo que ele está vinculado a uma mãe muito desvinculada. Esta mãe não está concentrada em sua menina interna. Não compreende a sua raiva. Não compreende conselhos. No ponto de vista da autora, é sempre necessário a mãe entrar em alguma indagação pessoal. Então, o trabalho da biografia da construção humana é necessário. Uma metodologia possível. Isso porque todos os sistemas morais apontam para o conhecimento de si mesmos. Jesus disse: “Conhece-te a si mesmo”. Isso significa conhecer a parte que você ainda não admite em você."
Casa cheia e atenta! |
Foram apenas algumas das "doces bofetadas" que recebemos e das quais estamos nos recuperando ainda! Falamos assim no sentido de que estamos dispostas a olhar nossas sombras e por isso, sentimos o processo como pesado e difícil de digerir. Mas o resultado disso é uma transformação amorosa e um reencontro com nossas essências, que tornam a maternidade mais prazerosa e o desenvolvimento de nossos filhos, mais harmônico! Com mais tempo, vou colocando mais trechos da transcrição!
Quero mais!!! Maravilhosa Gutman! Obrigada meninas, por compartilhar um tiquinho desse encontro que eu infelizmente não pude ir.
ResponderExcluirObrigada Juliana, Lígia e equipe,
ResponderExcluirFoi maravilhoso poder participar desse encontro.
Ter encontrado amigas virtuais (e reais) também foi super!
Simone Carvalho amei nosso almoço e conversas claro.
Beijos e até a próxima!
Renata Mourão Rivas
Obrigada por dividir com quem não pôde ir !
ResponderExcluirBeijão.